O porquê de ter odiado TRÊS COROAS NEGRAS de Kendare Blake

Olá,
Hoje pensei em falar sobre o livro Três Coroas Negras, escrito por Kendare Blake, que li recentemente e que, infelizmente, não me satisfez. Embora não tenha sido o meu género, agradeço, desde já, à Porto Editora por me ter enviado uma cópia deste livro. Vamos a isso!
P.S. Esta é a minha opinião, mas é totalmente legítimo e positivo que a vossa seja diferente. Não pretendo ofender, mas partilhar uma opinião menos popular.

Sobre o livro

Título: Três Coroas Negras
Autor(a): Kendare Blake
Editora: Porto Editora | ISBN: 9789720030368
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Sinopse:

Três rainhas negras,
Fruto da mesma terra.
Três gémeas meigas,
Agora entrarão em guerra.

Três irmãs negras –
Quais delas não se adivinha –
Mas duas terão de morrer:
Só uma será rainha.

A CADA GERAÇÃO, NA OBSCURA ILHA DE FENNBIRN, NASCEM TRÊS IRMÃS GÉMEAS.
Três rainhas herdeiras de um só trono, cada uma possuindo um poder mágico muito cobiçado. Mirabella é capaz de inflamar o incêndio mais violento ou a tempestade mais terrível. Katharine consegue ingerir um veneno mortal sem sentir os seus efeitos. De Arsinoe diz-se capaz de fazer florir a rosa mais vermelha e controlar o leão mais feroz.
Mas para uma delas ser coroada rainha, não basta ter a linhagem certa. As trigémeas terão de conquistar o seu direito à coroa, lutando por ele… até à morte.
Na noite em que as irmãs completam 16 anos, a batalha começa. E a rainha que sobreviver, conquistará a coroa!

Comecei Três Coroas Negras bastante entusiasmada, até por ter sido um livro bastante aclamado quando foi lançado no estrangeiro. No entanto, e infelizmente, o que li não fez jus a tantas opiniões positivas e pode ser resumido a três aspetos: a falta de desenvolvimento das personagens principais, o foco descompensado no romance e a escrita da autora.

O enredo e a ideia de um universo em que, em cada geração, nascem três irmãs gémeas com habilidades distintas que devem treinar para, aos dezasseis anos, competirem entre si até só uma sobreviver é fantástica. Aliás, a adição da pressão política das famílias associadas a cada poder - envenenadores, naturalistas e elementares - apenas adicionou e complexificou a história.

Contudo, o conceito foi interessante, mas a execução falhou completamente. Três Coroas Negras promete assassinatos, personagens intrigantes e sedentas por conquistar o seu trono, mas as quase 400 páginas desta obra relatam, na sua maioria, os intermináveis e entediantes relacionamentos amorosos.

Relacionamentos esses que são pouco desenvolvidos por 1) o livro ser narrado na terceira pessoa e 2) haver múltiplos pontos de vista das personagens. Ou seja, não há como desenvolver o relacionamento desde a sua base e criar algo credível, logo o conceito de romance para a autora é: o rapaz aparece, profere algumas palavras e pronto, é amor... e se fossem todos assim, menos mal, mas houve ainda o relacionamento entre o Joseph e a Mirabella que foi dos piores que já li, até por ser relativamente perturbador.

Só um rei consorte seria suficientemente estúpido para se apaixonar por uma rainha.

Com todo o foco nos relacionamentos, não consegui relacionar-me com nenhuma das personagens. Aliás, até as ressenti pela quantidade exacerbada de coisas aleatórias e sem fundamentos que faziam e que nada iriam ajudar a atingir o objetivo final. Três irmãs com três infâncias e em três ambientes completamente diferentes e nenhuma conseguiu fazer alguma coisa realmente interessante. Muitos dos acontecimentos pareciam estar desconectados e nada acrescentavam para melhorar o enredo.

Finalmente, a escrita. Para mim, foi um dos aspetos mais complicados deste livro, pois, enquanto muita gente adora a escrita de Kendare Blake, eu não consegui gostar. Era apressada e fundamentava pouco o que estava a acontecer... essencialmente, não florescia a história e apenas me deixava mais entediada com uma obra que, infelizmente, ofereceu poucos picos de interesse no enredo.

Confesso que fiquei muito desiludida com Três Coroas Negras, embora tenha sido, no geral, bem recebido em Portugal. Apenas não foi para mim. O fim, de facto, trouxe uma ou outra surpresa, mas não foi o suficiente para compensar uma obra inteira de desilusões e, por isso, não pretendo continuar com a série.